
Esse site utiliza cookies para personalizar anúncios e melhorar sua experiência no site. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.
Um levantamento do Ministério Público de Santa Catarina aponta oito pessoas suspeitas de improbidade administrativa em Araquari, no Norte de Santa Catarina. Antes de decidir se vai aceitar a ação civil pública encaminhada pela Promotoria de Justiça, a juíza Nayana Scherer concedeu prazo de 15 dias para que todos os envolvidos apresentem esclarecimentos.
Entre os investigados estão o prefeito João Pedro Woitexem, a primeira-dama Maria Neusa Woitexem e outras seis pessoas ligadas à administração municipal, sendo que três secretários municipais estão na lista. Segundo a apuração, o grupo e parentes de servidores teriam participado de cerca de dez viagens a Piratuba, no Oeste de Santa Catarina, entre 2011 e 2013. O custo com os passeios passa de R$ 50 mil.
De acordo com a Prefeitura, as viagens tinham o objetivo de ser uma opção de lazer aos 11 grupos de idosos da cidade. O prefeito nega as acusações da promotoria. Segundo Woitexem, todas as pessoas foram a Piratuba para auxiliar nos cuidados com os idosos, como preparo das refeições, ou porque fazem parte dos grupos de terceira idade.
O prefeito diz que não sabe quantas viagens foram feitas e admite ter participado de algumas, mas que não teria ido com o ônibus da prefeitura. “Em um bom número dessas viagens fui até lá, almocei cedinho e retornava ao trabalho”, afirma. Woitexem admite que viajava até Piratuba com um carro oficial.
Outros argumentos de defesa do prefeito são que todas as viagens estão amparadas na lei que regulamenta os programas da Secretaria de Assistência Social, de março de 2013, e que todos os recursos do fundo da terceira idade teriam vindo de doações de empresas e pessoas físicas, sem onerar os cofres públicos.
A ação contra o prefeito e os outros envolvidos partiu de uma multa emitida em fevereiro deste ano pela Polícia Rodoviária Federal contra a administração de Araquari. A PRF constatou que na época de carnaval, a prefeitura estava promovendo turismo intermunicipal com veículo oficial. A notificação foi enviada ao Ministério Público e a investigação começou. Naquele mês ainda não havia a lei que dispõe sobre esse tipo de viagem.
Sobre a participação da primeira-dama, o prefeito nega que ela tenha se beneficiado. Segundo ele, Maria presta trabalho voluntário na Secretaria de Assistência Social e acompanhou o grupo de idosos para auxiliar. A esposa de Woitexem possui um escritório na secretaria. O espaço está previsto em uma lei municipal.
O prefeito afirma que está tranquilo e que a ação é um equívoco. “O Ministério Público faz um trabalho maravilhoso aqui na cidade, mas tem excesso de trabalho e não tem tempo de apurar como deveria”, contesta.
A ação pede que todos os acusados sejam afastados das funções e que tenham os bens bloqueados. Além disso, prevê a devolução do que foi gasto nas viagens e o pagamento de multa. O valor pode passar de R$ 300 mil.
Até a manhã desta terça-feira (13), o prefeito não havia sido notificado sobre a ação. Depois disso, tem 15 dias para a defesa. Só quando esse prazo terminar, a juiza Nayana decidirá se dará continuidade a ação e também poderá emitir decisão liminar. “Pelo que a promotoria narra, houve fanfarra com o dinheiro público”, comenta a juíza sobre a ação.
Esse site utiliza cookies para personalizar anúncios e melhorar sua experiência no site. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.